O que mais traz felicidade para uma pessoa na terceira idade?
Dinheiro? Uma casa de dois andares, com um amplo jardim? Ver os filhos formados?
Não. Nada disso.
Segundo caminho para evitar uma aposentadoria fracassada: saúde!
A resposta para a pergunta da página anterior é: saúde. Sabe aqueles ditos populares: “um mendigo saudável é mais feliz do que um rei doente” ou que “com saúde em dia, o resto se corre atrás”? Hoje, eles encontram amplo respaldo nas pesquisas sobre felicidade.
No livro, trago uma série de estatísticas, entre elas uma mostrando que a “preocupação em se manter saudável” é a grande prioridade na preparação para aposentadoria (84%), ficando à frente até mesmo de “passar mais tempo com a família” (72%). Vê-se, porém, que há uma relativa negligência com esse aspecto – apenas 54% das pessoas colocam a família como prioridade em seu planejamento.
Além da questão de possibilitar o aproveitamento da aposentadoria, uma saúde adequada está relacionada diretamente com os gastos e o planejamento financeiro nessa fase da vida. Nos Estados Unidos, onde a assistência médica é em sua grande parte privada, a maior preocupação dos aposentados é justamente em conseguir bancar os gastos nessa área. Aqui, no Brasil, a preocupação em relação a isso é menor; porém, começa a crescer devido ao aumento nos custos com medicamentos, planos de saúde, co-participações e outros tipos de assistências não cobertas pelas operadoras ou oferecidas de forma insuficiente pelo SUS Sistema Único de Saúde). A inflação médica, assim chamada, é bem mais alta do que a inflação média; e parece inevitável que essa tendência se reverta.
Sobre o impacto de uma saúde debilitada na vida dos aposentados, obviamente, sabe-se que ela impede que se empreendam projetos que envolvam sair de casa, buscar novos horizontes ou fazer viagens ao exterior. A doença ou a limitação funcional impõe uma radical mudança nos planos e reduz as chances de lazer e diversão, rouba a vitalidade e a alegria. Outro aspecto, talvez não tão claro e que envolve bem-estar e trabalho, é que cerca de 14% das pessoas acabam antecipando sua aposentadoria, justamente por adoecimento. Para elas, sonhos e o planejamento acabam dando lugar à necessidade extrema de repouso ou de tratamento.
Preocupados em identificar quais trabalhadores são mais suscetíveis a esse tipo de aposentadoria – forçada e que rouba a possibilidade de planejamento – pesquisadores sul-coreanos publicaram, no final de 2014, um estudo sobre o assunto. No total, 3.508 trabalhadores foram acompanhados, ao longo de seis anos, e aqueles que apresentavam qualquer uma das características abaixo estavam em risco aumentado para esse tipo de aposentadoria súbita:
* tabagistas;
* obesos;
* hipertensos;
* diabéticos;
* portadores de câncer;
* cardiopatas;
* que sofreram alguma forma de acidente vascular cerebral (derrame);
* portadores de artrite.
Listei alguns pontos interessantes que justificam a necessidade real de investimento em nosso maior patrimônio, a saúde.
Quais benefícios em se manter saudável na aposentadoria?
- É o principal determinante de felicidade após os 60 anos.
- Garante a capacidade de escolha entre continuar trabalhando ou não.
- Capacidade para manter e melhorar a saúde.
- Capacidade para aproveitar, relaxar e se divertir.
- Redução de custos com medicações, fisioterapia, co-participações, suplementos.
- Resiliência física e mental para enfrentar reveses que poderão surgir com o envelhecimento.
- Motivação para permanecer ativo.
- Possibilita manter-se no trabalho ou desempenhar novas funções.
- Disposição física e energia.
- Evita o envelhecimento precoce.
- Diminuição das chances de dependência do cônjuge ou filhos.
- Melhor interação com netos.
- Preserva e melhora a inteligência emocional.
- Permite fazer viagens que envolvam caminhadas.
- Manutenção da função sexual e a sexualidade.
Ficou interessado?
Leia “Não se Aposente”, um guia que orienta adulto nas meia e terceira idades sobre ao que se deve prestar atenção quando do momento de decidir o que se fazer da vida. Parar? Continuar? O que é importante?
Um abraço,
Leandro Minozzo