Hoje, tenho a convicção de que níveis elevados de ferritina representam um importante marcador de risco metabólico. Entre as doenças às quais o paciente está exposto temos a diabetes. Isso mesmo: quanto maior for o nível da ferritina, maior o risco para desenvolver diabetes. Veja só o que dizem as evidências mais recentes:
Um estudo coreano, de 2013, acompanhou 2 mil homens ao longo de 4 anos. Aqueles que apresentavam níveis elevados de ferritina tiveram um risco 2 vezes maior de se tornarem diabéticos. Duas meta-análises, também desse ano, só que vindas da China e da Inglaterra, confirmaram a mesma tendência: um risco 1,6 a 1,7 vez maior de desenvolver diabetes naqueles pacientes com níveis mais elevados de ferritina. Essa última pesquisa, realizada pela Universidade de Cambridge, analisou 12 estudos e um total de 185.462 participantes.
Em outra publicação de 2013, do tipo revisão sistemática e meta-análise (de 12 estudos), com uma população total de 185 462 participantes, concluiu-se que para cada 5 ng/mL de ferritina aumentada, o risco para o desenvolvimento de diabetes aumentou em 1%. Traduzindo para uma realidade de compreensão mais fácil, alguém com 800 de ferritina tem 80% maior risco de desenvolver diabetes quando comparado a quem tem 400.
Qual a explicação para essa relação entre ferritina elevada (hiperferritinemia) e resistência insulínica e diabetes?
Explico melhor num próximo post, mas já adianto que ela envolve o fígado.
Grande abraço, Leandro