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Inteligência Emocional e Exercício Físico

“Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa – não é fácil.”

Aristóteles

 

Até pouco tempo atrás, o conceito de inteligência preponderante era um tanto quanto limitado. Considerava-se como dotada de inteligência aquela pessoa que fosse boa em domínios de lógica, como matemática, física e também com boa memória. A medição da inteligência era baseada no quociente de inteligência (Q.I.). No entanto, percebeu-se que apenas isso não bastava  para determinar o grau de sucesso e de uma inteligência mais ampla de uma pessoa. Foi quando ressurgiu com Howard Gardner, e com a publicação do best-seller de Daniel Goleman sobre o assunto, o conceito de inteligência emocional. Digo ressurgiu, porque na antiguidade, Platão, em 400 a.C, já falava em algo muito parecido: educação emocional.

Mesmo sendo de conhecimento público, vale revisitar um dos conceitos mais tradicionais do assunto:

“A Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual”. (Mayer & Salovey, 1997)

 

Outra forma de entender é identificar os domínios do Quociente Emocional:

        1) A capacidade de identificar nosso  estado emocional e o dos outros.

        2) A habilidade de captar o curso natural das emoções.

       3) A habilidade de pensar sobre nossas próprias emoções e as dos outros.

        4) A habilidade de controlar nossas emoções e as dos outros.

        Segundo o médico psiquiatra francês David Servan-Schreiber, essas quatro aptidões fornecem a base para o autodomínio e para o sucesso social. Incluo também uma quinta aptidão, que é a capacidade de se auto-motivar.

 

Daniel Goleman já resumiu a influência do QE no futuro pessoal há mais de 25 anos: “O mais poderoso indicador de sucesso como adultos não foi o Q.I. Foi sua habilidade, durante uma infância difícil, em governar emoções, lidar com suas frustrações e cooperar com os outros.”

Pessoalmente, impressionei-me desde a primeira vez que estudei esse assunto. Em termos do impacto desse conceito na medicina, veja só: numa apresentação que fiz para um grupo de casais da igreja perto de onde morava, vi que em maio de 2009 havia 2.451 trabalhos publicados no catálogo virtual chamado PubMed (o mais conceituado em artigos científicos da área médica) sobre inteligência emocional. Hoje, em dezembro de 2015, são 69.393 trabalhos publicados tratando do assunto. Em poucos anos, o número de publicações cresceu quase 30 vezes! Poucos assuntos da área da saúde cresceram tanto em tão pouco tempo.

A cada dia, associações são comprovadas entre pessoas com uma inteligência emocional desenvolvida e aspectos positivos de saúde: melhor controle da diabetes, da pressão arterial, menos depressão e demências, entre tantos..

 

E como melhorar os traços do Q.E.? Seria apenas frequentando atividades de meditação ou grupos de psicoeducação? Não. O caminho para melhorar sua inteligência emocional é ainda mais fácil e disponível: o exercício físico!

 

Segundo o estudo “Relationships between Exercise as a Mood Regulation Strategy and Trait Emotional Intelligence“, dos pesquisadores britânicos Dharmendra Solanki e Andrew M. Lane, a prática de atividade física correlacionou-se com melhor desempenho em testes de inteligência emocional numa amostra de 315 adultos. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3289183/)

 

Como será que anda a sua inteligência emocional?

Será que tem se irritado em vão? Perdido tempo com emoções negativas? Demorando para perceber o quanto a vida pode ensinar?

Vale a pena refletir e, principalmente, movimentar-se.

 

Um abraço, Leandro Minozzo

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