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Por que vale a pena fazer uma colonoscopia? ( ou um simples exame de fezes)

Numa fria manhã da última semana, comecei o dia com uma mensagem simples, porém motivante. Ao abrir a caixa de e-mail, li o relato de uma senhora de São Leopoldo sobre um câncer de intestino tratado no último ano. Ela agradeceu por ter, em palestra ministrada na semana de comemoração ao dia do idoso, incentivado os participantes a exigir de seus médicos a prevenção desse tipo de câncer. “Doutor, por causa de um simples exame de fezes, estou viva. Não precisei fazer nem quimio. Continue a espalhar esse recado às pessoas.”

Devido a esse relato, de novo insisto: peçam, a partir dos 50 anos, a colonoscopia ou a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Para quem tem casos na família, converse com seu médico, uma vez que a colonoscopia pode ser solicitada precocemente.

Abaixo, segue o texto sobre exames de check-up e outro relato sobre a importância do rastreamento do câncer colorretal.

Entre os exames de “check-up”, ou seja, aqueles cuja importância recai na prevenção e detecção precoce de doenças, um dos menos realizados é o rastreio do câncer de cólon ( que é nosso intestino grosso). Há poucas semanas, um estudo comprovou que a realização de colonoscopia consegue reduzir em 40% a mortalidade pela doença!  Bom, sei que esse assunto não parece nem um pouco interessante e números e estatísticas costumam não tocar os pacientes e motivá-los… só que, por ano, imagine só, são cerca de 30 mil brasileiros acometidos pelo câncer de cólon – é muita gente! Sabemos que grande parte daqueles que falecem pela doença (mais de 15 mil), poderiam ter outro destino.

E como é feito esse rastreamento? Recomenda-se a investigação desse tipo de câncer em adultos a partir dos 50 anos. Quando do diagnóstico de familiares acometidos, esse rastreio deve começar ainda antes. Ele pode ser feito de diferentes formas: pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia, retossigmoidoscopia e cápsula endoscópica. Cada forma tem sua periodicidade, vantagens e desvantagens. Eu procuro indicar a colonoscopia a cada 10 anos, caso não sejam detectados pólipos suspeitos – o que torna esse intervalo menor. O risco de perfuração intestinal durante o exame é mínimo, com os benefícios por ele trazidos sendo muito mais vantajosos.

Um detalhe bem de geriatria é que em pacientes mais frágeis pode ser necessária a realização do preparo com laxantes em ambiente hospitalar, devido ao risco de desidratação e quedas – mas em pessoas com a saúde em dia, ele é feito em casa.

“Mas eu não sinto nada diferente, vou aos pés todos os dias sem dificuldade. Fazer esse exame não é necessário.”  Não se engane! O câncer de cólon costuma ser silencioso e se desenvolver lentamente; quando chega a causar sintomas como alteração nas fezes, sangramento vivo, emagrecimento ou dor geralmente ele se encontra em estágio mais avançado, com maior mortalidade.

Deixo também o depoimento de um paciente. Veja só em pleno século XXI, quando vivenciamos uma série de tecnologias, ele foi salvo por um simples exames de fezes.

O recado é: não espere seu médico solicitar ou tentar te convencer, peça você mesmo para rastrear o câncer de cólon. A responsabilidade e interesse são todos seus.

Abraços!

Por que vale a pena fazer uma colonoscopia?

Por Jorge, 57 anos, aposentado de Novo Hamburgo

Em janeiro de 2008, tive meu primeiro diagnóstico de câncer. Foram encontrados tumores na próstata. Em abril do mesmo ano, depois de conversar com diversos especialistas, optei por fazer uma cirurgia de remoção da glândula. A operação foi bem-sucedida e não houve metástase ou sequelas. Por alguns meses, controlei a alimentação e o consumo de bebidas alcoólicas. Mas, passado o susto, retomei minha vida normal.

Já nessa época, meus níveis de glicose eram altos e eu era hipertenso. Há um ano e meio, minha diabete se agravou e passei a utilizar insulina injetável três vezes ao dia. Também há cerca de um ano e meio, quando comecei a consultar o dr. Leandro, num simples exame solicitado por ele para verificar a existência de sangue nas fezes, um novo sinal de alerta. Foi detectada a presença de sangue oculto, o que me levou a outro exame, a colonoscopia. Neste procedimento, foi retirado um pólipo, que na verdade tratava-se d eum tumor maligno de pouco mais de 2 centímetros no reto. Mais uma vez, por ter sido removido em seu estágio inicial, foi possível retirá-lo por completo, sem deixar sequelas.

O que quero demonstrar com isso é que, através de um corriqueiro exame de fezes, é possível identificar sinais de alerta que podem salvar sua vida. Não fosse por esse procedimento, não teria feito a colonoscopia e removido um pólipo que, se não identificado, poderia ter crescido e se transformado em um tumor devastador.

Mais do que fazer seus exames periodicamente, conforme orientação médica, é preciso mudar hábitos de vida. Durante 15 anos, fui fumante, tive uma vida sedentária e, há poucos anos, resolvi dar mais atenção aos avisos que meu corpo emitia. Foi quando passei a ter uma alimentação mais saudável, a caminhar diariamente e fazer pilates. Assim, além de emagrecer 10 quilos, comecei a me sentir melhor, mais disposto e cheio de energia. E ainda vou poder acompanhar o crescimento dos meus netos recém-nascidos, o Bernardo e a Helena.

 

Exames de Check-up a partir dos 50 anos

Mulheres Homens
Preventivo (CP) de Colo de útero (“Papanicolau”);

Mamografia – já a partir dos 40 e indicada até os 85 anos;

 

Colonoscopia ou pesquisa anual de sangue oculto nas fezes em 3 amostras;

 

Densitometria óssea:

  • se fatores de risco (obesidade, disfunção da tireoide, tabagismo, histórico familiar, menopausa antes dos 40 anos, baixa ingestão de cálcio) já aos 40 anos;
  • sem fatores de risco – aos 65 anos.

 

Dosagens de hemograma, perfil lipídico, glicemia de jejum, creatinina (função renal) e TSH (função da tireoide);

 

Dosar vitamina D;

 

Rastreio de hepatites e HIV;

 

Teste de Esforço – se pressão alta, diabetes ou caso inicie exercício físico;

 

Exame com oftalmologista – para medir pressão do olho e acuidade visual – anual em diabéticos e hipertensos;

 

Medir pressão arterial, peso, IMC, percentual de gordura corporal e circunferência abdominal (limite é 88 cm)

 

Ecografia do abdômen total caso seja ou tenha sido tabagista (fazer aos 65 anos);

Colonoscopia ou pesquisa anual de sangue oculto nas fezes em 3 amostras;

 

Densitometria óssea:

  • se fatores de risco (disfunção da tireoide, tabagismo, hipogonadismo, histórico familiar, baixa ingestão de cálcio) conforme orientação do seu médico;
  • sem fatores de risco – aos 70 anos.

 

Dosagens de hemograma, perfil lipídico, glicemia de jejum, creatinina (função renal) e TSH (função da tireoide);

 

Dosar vitamina D;

 

Próstata: discutir com clínico ou urologista após os 45 anos (dosagem de PSA e toque retal);

 

Se disfunção erétil ou perda de libido: dosar testosterona total e livre;

 

Rastreio de hepatites e HIV;

 

Teste de Esforço – se pressão alta, diabetes ou caso inicie exercício físico;

 

Exame com oftalmologista – para medir pressão do olho e acuidade visual – anual em diabéticos e hipertensos;

 

Medir pressão arterial, peso, IMC, percentual de gordura corporal e circunferência abdominal (limite é 102 cm)

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