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Programação Fetal – O Papel da Nutrologia na Gestação Saudável

Estudos comprovam que condições nutricionais adequadas, a inteligência emocional, Q.I. e a saúde física de uma população adulta têm relação direta com à fase intrauterina e aos primeiros anos de vida.

 

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Por ter a formação em geriatria,  tenho convicção de que a prevenção é o caminho mais urgente e inteligente a ser seguido em termos de saúde pessoal e coletiva; por ser nutrólogo, tenho a certeza que essa prevenção passa pelo que nos nutrimos e não só desde criança, mas sim desde antes mesmo de termos surgidos como feto. Exagero? De jeito algum (!), prova disso: algo que é até de conhecimento popular, recomenda-se que todas as mulheres que desejam engravidar façam uso de uma vitamina, o ácido fólico. É comprovado que essa medida já traz benefícios e previne má-formações na coluna vertebral do feto.

Sobre o impacto da alimentação na saúde materno-infantil, a quantidade de pesquisas nessa área é enorme e cresce bastante – efervescente creio que seria um adjetivo bem adequado. E, felizmente, já percebo um movimento das mães em procurar oferecer a seus filhos uma nutrição adequada desde a gravidez – atitude essa que sugere uma prova de amor verdadeiro e dedicado. Por outro lado, vejo casos de enorme dificuldade em mulheres que engravidam com sobrepeso e obesidade ou que possuem hábitos alimentares inadequados. Não é raro ouvirmos estórias de mulheres que chegaram a ganhar mais de 25 ou 30 quilos na gravidez.

Esses dias, me comentaram que quase 30% das gestantes de uma cidade próxima engravidavam acima do peso e a maioria não conseguia se controlar e ultrapassavam os limites estabelecidos. Qual será o impacto disso na saúde dos bebês quando se tornarem crianças ou adultos?

De repente, ao compreender um conceito chamado programação fetal, você também compartilhará dessa preocupação.

 

A hipótese da programação fetal foi proposta por Barker, sendo também conhecida como “hipótese de Barker”. Ele propôs que a desnutrição (tanto excesso quanto carência de micro e macronutrientes) em períodos críticos do desenvolvimento do feto, causada pela dieta materna inadequada ou por problemas na mobilização de nutrientes, desencadearia adaptações no metabolismo do feto expondo-o a um risco maior de uma série de doenças na infância, adolescência e mesmo após décadas de vida adulta.

 Entre as doenças que comprovadamente estão relacionadas à programação fetal, temos a obesidade infantil e a diabetes. Ou seja, além de toda a questão envolvendo erros alimentares das crianças e o aumento no sedentarismo, temos na nutrição materna um fator de risco importante para a instalação dessa doença de difícil tratamento que é a obesidade infantil.  Pesquisas também apontam que doenças cardiovasculares e até mesmo o desempenho cognitivo na terceira idade podem ser influenciados pela nutrição da gestante.

 

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Por vivermos um tempo farto de erros na forma como as pessoas se alimentam e pela gravidez expor a gestante a fatores de risco que podem acentuar tais erros, recomenda-se, como auxílio ao acompanhamento obstétrico, o cuidado nutricional feito por nutrólogo ou nutricionista.

 

 

Quais são as alterações nas quais o nutrólogo pode atuar?

  • Reeducação alimentar, adequação de peso e suplementação vitamínica pré-concepcional;
  • Avaliação nutricional e metabólica da gestante;
  • Prevenção e tratamento da anemia;
  • Suplementação energético-protéica, vitamínica, de minerais, de ácidos graxos e probióticos;
  • Auxiliar na prevenção da toxoplasmose;
  • Orientar e intervir em queixas típicas do período, como náuseas e vômitos, azia e constipação intestinal;
  • Acompanhar gestantes com alterações nutrometabólicas, como doença celíaca, intolerância à lactose e que fizeram cirurgia bariátrica, ou que sigam dietas restritivas, como o vegetarianismo;
  • Orientar gestantes atletas.

 

Entendo que não são todas as gestantes que possuem acesso a um especialista em Nutrologia, porém, acredito que questionar seu obstetra quanto a essas questões e buscar a orientação do profissional da nutrição para fazer o plano alimentar adequado podem trazer grandes benefícios. Vivemos num mundo que respira informação, logo, tais questionamentos e pedidos de orientações não ofenderão nenhum profissional.

 

Trata-se de um cuidado tanto para o filho quanto para a mãe, com resultados comprovados e que durarão, como vimos, por décadas.

 

Abraços, Leandro Minozzo

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