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Sentido da vida e idosos

Ao atender pacientes com depressão, no meu caso em especial os idosos, me deparo muito com a queixa do vazio, da vida sem sentido. E o que fazer? Sempre achei complicado encaminhar um senhor octagenário para a psicoterapia mais clássica, em especial a baseada na psicanálise de Freud. Fico imaginando como deve ser a abordagem de questões tipo pai-filho ou mesmo assuntos sexuais tão longínquos. Acredito haver terapias mais adaptáveis à terceira idade, entre elas uma não tão difundida no Brasil: a logoterapia, ou terapia do sentido da vida.

Seu criador, dissidente da psicanálise freudiana, o médico austríaco Viktor Frankl baseou sua teoria na busca constante do homem pelo sentido da vida. Desde a faculdade, Frankl via nessa busca a fonte de equilíbrio e saúde mental. Sua vivência e tragédia familiar durante os campos de concentração reforçaram sua teoria. Segundo ele, o homem pode encontrar sentido na vida por três maneiras: criando um trabalho ou fazendo uma ação; experimentando algo ou encontrando alguém (amor); ou através do sofrimento, encarando-o com a respectiva dignidade.

Algumas pesquisas recentes reforçam a importância do conceito de sentido da vida e seu impacto na saúde de idosos. Em 2009, quatro estudos demonstraram que idosos com maior senso de sentido na vida viveram por mais tempo. O mesmo benefício foi constatado para doenças cardíacas, Doença de Alzheimer e depressão.

Frankl recebeu 27 títulos de Doutor honoris causa. No Brasil, recebeu tal menção da UFRGS e da PUCRS.

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