Há uma certa polêmica, ou choque de orientações médicas, quanto à exposição solar. Em idosos, costumo reforçar a necessidade desse hábito para regular sono, garantir o metabolismo adequado da vitamina D e como uma forma de lhes motivar a sair de casa. Sabe-se que o sol consegue acalmar e até mesmo auxiliar no tratamento da depressão.
Semana passada, um novo argumento entrou nessa discussão: a publicação de um grande estudo populacional feito onde a exposição solar é um problema, a Suécia.
Pesquisadores acompanharam quase 30 mil mulheres ao longo de 20 anos. Ao analisarem a mortalidade em relação à exposição solar, concluíram que seus benefícios foram robustos. Aquelas mulheres que relataram maior exposição solar nesses 20 anos, tiveram entre 0,6 e 2,1 anos a mais de vida! Mesmo as mulheres que fumavam se beneficiaram desse aumento de longevidade quando pegavam sol frequentemente.
Em uma das análises dos suecos, as participantes que não fumaram, mas se expuseram pouco ao sol tiveram a mesma expectativa de vida que as fumantes que se permitiam à luz solar.
Cabe ressaltar que a maior exposição ao sol resultou no aumento do casos de cânceres de pele, no entanto, foram dos tipos menos agressivos . Entre as doenças que foram prevenidas com a exposição solar, os autores citam: menor mortalidade por doenças cardiovasculares, diabetes, esclerose múltipla e doenças pulmonares.
Os autores acreditam tanto na exposição solar como necessária à manutenção de uma vida saudável que a colocam no patamar da atividade física, controle do peso e o não-tabagismo.
A ciência não para de reforçar conceitos milenares de promoção de saúde.
Um grande abraço,
Leandro
J Intern Med. Published online March 16, 2016.
