Menu fechado

Alternativas para a Saúde: o Voluntariado

“Mãe, por que a senhora não faz um trabalho voluntário?”. “Seu João, o senhor tem tanto tempo livre e é tão capaz, por que não faz algo leve, tipo alguma coisa de voluntário?”

Quem é idoso, ou aposentado, muitas vezes ouviu ou mesmo se fez essas perguntas. É senso comum que ficar em casa não faz bem a ninguém. Infelizmente, trata-se de uma condição cotidiana de milhões de idosos pelo Brasil afora. Essa dupla formada pela atividade diária reduzida e a solidão é geralmente desagregadora da humanidade de muitos desses idosos. É uma dupla que acinzenta as vidas dessas pessoas, que leva, em muitos, mas muitos casos, à depressão.

Mesmo não sendo pesquisadoras ou estudiosas de psicologia ou gerontologia, muitas pessoas reconhecem no voluntariado uma forma de recolorir a vida, indicando-o a conhecidos ou mesmo praticando-o. Mesmo com algumas características altamente individualistas da nossa sociedade, chega a causar espanto o crescimento do número de voluntários no mundo.

E o que será que tem motivado essas pessoas? O livro The Healing Power of Doing Good – The Health and Spiritual Benefits of Helping Others (O poder curativo de fazer o bem – Os benefícios à saúde e espirituais de ajudar os outros), escrito pelo americano Allan Luks, ex-diretor do Instituto para o Avanço da Saúde de Nova York, dá uma pista. Segundo o autor, este tipo de tarefa faz uma pessoa se sentir bem espiritualmente e ainda contribui para melhorar a sua saúde física, mental e emocional. Essas pesquisas concluíram que os participantes tiveram um aumento da sensação de bem-estar após realizar ações filantrópicas e, conseqüentemente, apresentaram uma redução em seus níveis de estresse e maior equilíbrio emocional. Mas, talvez, o resultado mais curioso foi o relato dos entrevistados após iniciarem esses trabalhos, sobre a melhora e até desaparecimento de problemas como insônia, úlceras, dores de cabeça e nas costas, depressão, gripes e resfriados. E as revelações não param por aí.

Outras pesquisas, conduzidas pelas Universidades de Michigan e Cornell, também nos EUA, sugerem que indivíduos que vêm dedicando um longo período ao voluntariado vivem mais do que aqueles que não participam de nenhuma ação voltada a ajudar outras pessoas.

Na China, por exemplo, um estudo realizado com 501 idosos aposentados (328 voluntários e 173 não voluntários), encontrou que os idosos voluntários manifestaram melhor saúde física e satisfação com a vida e menor índice de depressão, comparados com os idosos que não realizavam trabalho voluntário.

Em Israel, um estudo longitudinal (feito ao longo de anos) contemplando idosos a partir dos 75 anos, verificou que os que realizavam trabalho voluntário não se diferenciaram significativamente dos não-voluntários quanto ao número de doenças. Entretanto, os voluntários apresentaram menor déficit cognitivo, menos sintomas depressivos, maior número de relacionamentos interpessoais e avaliação mais positiva da vida. O que é ótimo!

O sair de si, ajudando o outro, é uma forma de afeto que, como se percebe, promove a saúde do voluntário. No entanto, assim como qualquer forma de trabalho, o voluntariado exige uma avaliação rigorosa de capacidades, de preparo e supervisão. Isso evita frustrações e permite que se aproveite essa vontade tão iluminada de ajudar o próximo.

Vale a pena pensar a respeito! São benefícios que nenhuma medicação poderá te proporcionar… Abraços, Leandro

Post relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Agendar Consulta