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O Estresse no Cuidador de Pessoas com Alzheimer

O estresse no cuidador de pessoas com a doença de Alzheimer é um grande problema e é extremamente comum – estima-se que pelo menos 2 em cada 3 cuidadores sofram com essa condição. Não é difícil entender os motivos que levam à sobrecarga, basta destacar que um paciente na fase moderada e grave da doença demanda aproximadamente 470 horas mensais de cuidado.

Mas, afinal, o que é o estresse do cuidador? Trata-se de uma situação de desgaste  psicológico e físico perpetuado pelo cuidado a pessoa com doença debilitante. Instala-se quando as  demandas  sobrepõem as capacidades de resiliência do cuidador. Ela diminui significativamente a qualidade de vida, gera inquietude, desencadeia emoções e sentimentos negativos e piora o cuidado.

10 Sintomas de Estresse do Cuidador

1. Negação sobre a doença e suas consequências. “Sei que a mamãe vai melhorar.” 

2.  Raiva com a pessoa doente ou outros, raiva por não existir cura ou pelo fato da pessoa doente não compreender o que está se passando. “Se você me perguntas mais uma vez, eu vou gritar!”

3. Isolamento social de amigos e das atividades que antes traziam prazer.  

4.  Ansiedade em relação a um novo dia ou ao que o futuro reserva. “O que acontecerá quando ele demandar mais do que eu posso oferecer?”

5. Depressão que começa atinge seu espírito e sua habilidade de enfrentamento.

6. Exaustão que deixa quase impossível realizar as tarefas do dia-a-dia.

7.  Insônia inicial causada por uma séria de preocupações.

8. Irritação que altera o humor e desencadeia respostas e ações negativas.

9. Falta de concentração.

10. Surgimento de problemas de saúde, tanto físico quanto psicologicamente.

Fonte: Alzheimer’s Association (EUA)

Quais são as consequências da sobrecarga do cuidador?

  • Depressão (atinge até 40% dos cuidadores);
  • Ansiedade;
  • Insônia;
  • Culpa;
  • Perda de capacidade de sentir prazer e relaxar;
  • Piora em concentração;
  • Ganho ou perda de peso;
  • Piora na saúde cardiovascular (pressão arterial, placas nas artérias e sangue mais “grosso”);
  • Sedentarismo;
  • Cuidadores estressados necessitam 46% mais consultas médicas e 71% mais medicação;
  • Aumento no risco justamente de desenvolver Alzheimer (500% mais risco!);
  • Piora em relacionamentos interpessoais:
  • Família, irmãos, outros cuidadores e até profissionais da saúde;
  • Condutas precipitadas – mais idas à emergência;
  • Piora o comportamento do paciente com Alzheimer;
  • Até mesmo maus tratos!

 

Como aumentar a resiliência dos cuidadores de pessoas com Alzheimer?

Foto: Prof. Alício Arruda ensinando alunos do curso de cuidadores de Alzheimer na Paróquia São José (24/4/15).
  •  Aumentar conhecimento sobre a doença (diagnóstico, causas, consequências, tratamento, complicações);
  • Evitar o esgotamento (fase avançada de estresse);
  • Garantir um sono reparador;
  • Organizar rotinas e fazer um gerenciamento do cuidado;
  • Indicar exercícios físicos regulares (de preferência ao ar livre, hidroginástica ou coletivos);
  • Tratar transtorno de humor ou ansiedade;
  • Oferecer acompanhamento de psicoterapia de suporte;
  • Participação em grupos de apoio (como os da ABRAz);
  • Favorecer conversas com enfoque em aspectos divertidos, leves e de otimismo em relação à vida;
  • Manter convívio social;
  • Preservar aparência bem cuidada;
  • Procurar fazer relaxamento ou meditação (yoga);
  • Praticar a espiritualidade!
Destaco que duas virtudes são essenciais nesses casos: flexibilidade e responsabilidade!
Além delas, é importante que você:
  • Aprenda sobre a doença;
  • Aprenda sobre você mesmo;
  • Tome as iniciativas que lhe protegerão;
  • Evite repetir dogmas (“nunca colocarei meu pai num lar”, por exemplo) e estimule a reflexão de todos os envolvidos;
  • Saiba que “honrar pai e mãe… e esposo(a)” significa fazer o melhor possível – conheça seus limites!;
  • Reconheça os sinais que indicam problemas em você e na situação;
Como mensagem final aos cuidadores, deixo:
para quem cuida de alguém com Alzheimer, o bem-estar mental sempre exigirá um grande esforço. Não deixe as circunstâncias te levar! Busque ajuda sempre!

Abraços, Leandro Minozzo

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10 Comentários

  1. Ceres Bueno

    Muito objetivo.Muito ensinamento e de grande ajuda.
    Gostaria de receber por email,para copiar e passar para mais pessoas que necessitam de ajuda.

  2. Adenir Maria Rompatto

    É muito bom encontrar esse tipo de publicações para mim é essencial mee informa ate mesmo porque muitas vezes demoramos pra perceber os sintomas em nós mesmo, e esse tipo de leitura faz com que paramos um pouco pra pensar em nós mesmo.
    Obrigada

  3. José Claudio Amador Vieira

    Por estar convivendo com minha Mãe, que desenvolveu o Mal de Alzheimer, muito aprendi e muito estou aprendendo no exercício principalmente da tolerância, do entendimento de que se ela assim não estivesse, jamais adotaria tais comportamentos, de início, realmente pensava que não seria capaz de cumprir meu papel de filho, de cristão, enfim de ser humano, passei a ver de como é fácil aconselharmos os outros, mas numa segunda fase, buscando conhecimentos com geriatras, especialistas no assunto, como o Dr. Norton Sayeg, Dr. Luchesi, elenquei dados, que em muito me ajudaram, e sempre buscando mais, grato fico ao Dr. Minozzo por tantos elementos colaborativos que ajudarão a minha formatação de cuidador nesta área de ação.

  4. Leila Oliveira

    minha mae tem alzheimer e como é dificil uidar ela ainda tem aquela fase de agressividade eu trabalho fora e fica uma pessoa paga para cuidar mais ate o banho só faz qdo eu chego

  5. Anselmo Faria

    Sou cuidador ,no caso é da minha esposa ,e sinto realmente grande parte de tudo que vem mencionado.Quem me dera continuar a receber este tipo de informação.

  6. Glei Soares

    Grato pelas preciosas informações. É preciso ter consciência das consequências de nossos atos para não piorar ainda mais a situação do cuidador e do paciente. Muitas vezes nos enganamos por achar que podemos fazer tudo bem, mas o esgotamento nos mostra que é preciso repensar a condição de cuidador. Temos que refletir sobre a nossa real capacidade de administrar tantos sentimentos e situações, por vezes inusitadas e que fogem do nosso controle.

  7. Alda Kerr

    Sou cuidadora da mh mãe que tem Mal de Alzheimer, cuido 24 horas já estou tão cansada com muitos problemas que li nessa mensagem acima, mas não tenho coragem de colocar mh mãe em uma casa de repouso, preciso de ajuda tenho que me cuidar fazendo exames e tomando remédio e não tem ninguém pra ficar com ela, tomo calmante de vez em quando, fico mt estressada tb, mas peço a Deus que me dê forças pra lutar, vcs me ajudaram muito, obrigada.

  8. elza de Melo neto

    Sou cuidadora parcial da minha mãe com alzheimer.trabalho fora durante o dia e fico com ela a noite.e muito desgastante pois ela quase não dorme.tenho buscado força em Deus. E orientação de profissionais pra conduzir está situação. mais agradeço por todas a orientação

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