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Será que você não um "obeso enrustido"?

Em 2 minutos, entenda o conceito de obesidade de peso normal e conheça outra forma de avaliar sua composição corporal.

Com certeza você já ouvi falar daquela fórmula para verificar se seu peso está dentro da faixa ideal: peso dividido pelo quadrado da altura. Trata-se do cálculo do índice de massa corporal (IMC). É, sem sombra de dúvidas, uma ferramenta interessante para diagnóstico de duas condições que me preocupam bastante e estão cada vez mais frequentes pelo Brasil – refiro-me ao sobrepeso e à doença obesidade.

No entanto, o IMC apresenta limitações em pessoas que passaram dos 50 anos (em idosos tem menor precisão ainda) e, infelizmente, não consegue dizer quase nada sobre a percentagem de gordura corporal. Um homem com IMC 24 pode ter uma barriga saliente e braços e pernas finos, com pouca musculatura. Outro homem pode ter o mesmo índice, porém sem a barriguinha e com braços e pernas musculosas. Fica fácil de entender a limitação do método.

Há poucas semanas, foi publicada uma pesquisa coreana de larga escala que utilizou outro método para definir a obesidade: a análise da corporal através da bioimpedância. Com esse exame, foi possível investigar se adultos com peso normal pelo IMC (ou seja: 18.5 ? IMC < 25 kg/m2), porém com grande percentual de gordura corporal estavam sujeitos a  maiores riscos para o desenvolvimento de aterosclerose – aquele processo terrível causado por inflamação das paredes das artérias que causam o surgimento de placas de gordura. Nesse estudo, foram considerados falsos magros os participantes homens com percentual de gordura corporal ?25.4 % e mulheres, ?31.4 %. Como era de se esperar, os participantes considerados com “obesidade de peso normal” apresentaram sim risco aumentado para as placas de gordura; risco esse que ficou na casa dos 46%. Dessa forma, simplesmente pesar e medir esse paciente, usar um aplicativo para calcular o IMC e dar os parabéns pode não ser a conduta mais adequada – ou a melhor possível – em muitos casos.

Revisitando o impacto de ser “falso magro” ou ter obesidade de peso normal em outras pesquisas, encontrei diversas evidências que apontam para essa grande lacuna deixada pelo uso corrente do IMC. Em um desses estudos, mulheres “falsas magras” chegaram a ter 2,2 mais risco de mortalidade por problemas cardiovasculares. (Eur Heart J. 2010 Mar;31(6):737-46.).

Os números sobre a prevalência da “obesidade de peso normal” assustam! Em levantamento feito com idosos americanos, 21,4% dos homens e 31,3% das mulheres apresentaram esse tipo de obesidade “camuflada”.

Está aí mais uma condição de saúde para qual os médicos, nutricionistas e educadores físicos devem reforçar sua atenção.

Sobre a bioimpedância, trata-se de um método rápido, simples e fidedigno. Sua realização assemelha-se muito à de um exame de eletrocardiograma. Seus únicos senões ficam nas orientações pré-exame, que devem ser bem respeitadas.

Um abraço, Leandro

Médico nutrólogo e clínico – CREMERS 32053

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