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Os Árabes Já se Preocupavam em Melhorar a Memória

Cada vez mais pessoas reclamam de dificuldades com a memória, ao mesmo tempo em que o número de acometidos pela Doença de Alzheimer cresce de uma maneira assustadora em todas as partes do mundo.

Em meio a essas dificuldades, uma onda de informações sobre como melhorar o desempenho cerebral toma conta de noticiários, de capas de livros e de revistas. Tome café para prevenir a doença de Alzheimer. Faça palavras-cruzadas. São manchetes com as quais, com certeza, você já se deparou. Seria essa preocupação com a capacidade mental fruto de uma sociedade que na medida em que envelhece exige mais das pessoas? Estariam nossa memória e cérebro pagando um preço pela velocidade de tudo que nos cerca? Pode ser.

Porém, se engana quem pensa que se preocupar com a memória e a inteligência é exclusividade de tempos modernos, da era da informação e da hiperconectividade dos celulares e das redes sociais.

Pouco após o ano 900 depois de Cristo, o médico árabe Ibn Al-Jazzar escreveu um livro justamente com o objetivo muito semelhante a esse que você começa a ler hoje. O título era “Tratado Salutar sobre Drogas para o Esquecimento”. Nele, o autor orientou sobre alimentação e sugeriu compostos fitoterápicos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios, que ajudariam evitar o esquecimento e a fortalecer a memória; entre eles, os cada vez mais pesquisados, cúrcuma, chá verde e canela.

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Viajando um pouco mais na história, quase mil anos antes, na Roma antiga, um grande pensador antecipava as manchetes de jornais dos nossos dias: “A memória diminui… se não for exercitada.” – disse Cícero, para quem a memória era o grande tesouro e a guardiã de todas as coisas da vida.

Só podemos concordar.

 Voltando a falar sobre nosso pioneiro médico árabe, segundo o Wikipedia, “Ibn al Jazzar cresceu numa família de médicos, tendo seguido o percurso do seu pai e do seu tio, como era hábito na sua época. De facto, algumas profissões, como o ensino e a medicina, estavam reservadas a certas famílias. Durante a infância, ibn al Jazzar recebeu um ensino pluridisciplinar, conforme os usos e metodologia em voga em Cairuão,… Aprendeu igualmente medicina com o pai, o tio e com o judeu Isaac Israeli ben Salomon.

É autor de obras de gramática e de história e compõe poesia. Segundo alguns autores, teria ultrapassado o seu mestre Isaac Israeli pelo número de obras e a respetiva diversidade, avanços, metodologia, importância do conteúdo, difusão e persistência da sua influência ao longo do tempo. Uma das suas obras mais relevantes é um livro de medicina destinado aos pobres, que denota uma predisposição social pouco usual na época. Graças aos seus conhecimentos de medicina, os habitantes de Cairuão acorriam em grande número a ele para serem curados e também ensinados. Era ele próprio que preparava os medicamentos (xaropes, unguentos, comprimidos e outros) e entregava-os a um criado que, sentado no vestíbulo da sua casa, os dava aos destinatários e recebia os pagamentos dos remédios e dos honorários de médico. Ignoram-se os preços que praticava, mas quando morreu, ibn al Jazzar deixou uma enorme fortuna…”

41wBPs0e2CL._SX332_BO1,204,203,200_Sobre seu livro – mencionado anteriormente no texto – a respeito do esquecimento, ele está traduzido para o inglês e pode ser adquirido, ou simplesmente espiado, na Amazon. http://www.amazon.com/Al-Jazzar-Forgetfulness-Treatment-Asiatic-Society/dp/0947593128

São alguns trechos do livro “Doença de Alzheimer: Como se Prevenir”, publicado em 2013, quando busquei respostas a esses questionamentos que, pelo jeito, estão presentes em consultórios há muitos anos, séculos.

Abraços, Leandro

 

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